Imagem daqui.
"Eu não tenho medo de voar. (...)
Tenho medo do absurdo que é sorrir e dizer "guaraná normal e sem gelo, grata" enquanto se quer dizer "que merda é essa de estar voando se não sou a porra dum passarinho?".
Tenho medo porque quando acabar estarei em outro lugar.
Agora, se eu pudesse escolher o maior de todos os medos, eu diria "a chance disso cair agora é muito pequena".
Estou sobrevoando, sem inteligência, a água profunda que aprendi a chamar de casa mas também de intervalo.
A verdadeira angústia de voar é estar acima da nossa vida.
Voar é tornar nossa rotina banal.
Estou voando há dias, de primeira classe, com vista para o desenho de um país que não sei o nome.
Ao lado de uma pessoa que, até que enfim, não é mais uma barrinha de cereal".
Texto de Tati Bernardi. Ver
aqui.