terça-feira, fevereiro 13, 2007

Raízes

Quem me dera ter raízes, que me prendessem ao chão.
Que não me deixassem dar um passo que fosse em vão.
Que me deixassem crescer silencioso e erecto, como um
pinheiro de riga, uma faia ou um abeto.
Quem me dera ter raízes, raízes em vez de pés.
Como o lodão, o aloendro, o ácer e o aloés.
Sentir a copa vergar, quando passasse um tufão.
E ficar bem agarrado, pelas raízes, ao chão.

Jorge Sousa Braga, Herbário