terça-feira, junho 28, 2005

Sombras...

... equilíbrios...?...




... Por mais voltas que se dêem, o que o espírito vê é uma flor e aquilo que o espírito imagina, a lua. Só um espírito animal imagina outra coisa que não seja a lua. A primeira lição para o artista é, por conseguinte, aprender a triunfar sobre a barbárie e a animalidade, para seguir a natureza e fundir-se com ela.
A segunda lição
Bashô

domingo, junho 26, 2005

O gosto solitário do orvalho




As folhas da bananeira são suficientemente amplas para ocultarem uma paixão. Quando expostas às intempéries recordam-me ora a cauda ferida de uma fénix ora um leque verde rasgado pelo vento. A bananeira floresce. Todavia as suas flores nada têm de atraente. O mesmo acontece com o tronco enorme. Talvez por isso a bananeira acabou por conquistar o meu coração. Sento-me debaixo dela enquanto o vento e a chuva a fustigam.
1ª Lição
Bashô

quarta-feira, junho 22, 2005

domingo, junho 19, 2005

Crisântemo





A cor das flores
Não é a mesma ao sol do que quando
Uma nuvem passa


Alberto Caeiro

A primeira flor





Não permaneças no dualismo.
Evita cuidadosamente a sua busca.
Enquanto houver certo ou errado,
reinará a confusão e a tua mente está perdida.
– Esta é a actividade do Zen

sábado, junho 18, 2005

Sensação...





A sensação de labirinto é permanente…

Esta procura … continua muito difícil

A construção do Blog é um exercício penoso:)
Para quem não sabe uma "frase" seguida em html,
está difícil...
Agora o "About me" fugiu…:(

Por um instante...

"A chuva passou.
A noite um instante volta
A ser fim-de-tarde."


Procuro
um buraco na sombra...



quinta-feira, junho 16, 2005

Zen ... ...

O mais difícil de todos...

Todas as coisas são incompletas

Todas as coisas são impermanentes
Todas as coisas são imperfeitas





Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.
Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.

O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música.
E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão.
O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram
coisa alguma.E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro.
Então será maravilhoso
quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me
de ti.
E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo.
Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.
Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa.
Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem
lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.
Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa.
Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva.
Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada.
A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia,
te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa.
Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três
eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando,
mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então,
estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento,
nunca saberei a hora de preparar o coração...
É preciso ritos.

- Que é um rito? perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa.
É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias;
uma hora, das outras horas.
Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira
com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso!
Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia,
os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora
da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal;
mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo.
Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda.
Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém.
Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras.
Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós.
Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria
que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas,
pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma.
Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas
(exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei
queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples:
só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho,
a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho,
a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

quarta-feira, junho 15, 2005

Zen ...

Todas as coisas são imperfeitas

Todas as coisas são incompletas
Todas as coisas são impermanentes





Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?

- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Como é difícil esta procura de harmonia, de aceitação das minhas imperfeições...

Zen...

Todas as coisas são impermanentes

Todas as coisas são imperfeitas
Todas as coisas são incompletas






O principezinho atravessou o deserto e encontrou apenas uma flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha à-tôa...

- Boa dia, disse o príncipe.

- Onde estão os homens? perguntou polidamente.

- Boa dia, disse a flor.

A flor, um dia, vira passar uma caravana:

- Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os há muitos anos. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva. Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes.

O Principezinho - Capítulo XVIII - Saint Exupéry

Hoje... mais "Sabi" ...







Wabi sabi é olhar para o mundo com uma certa melancolia de quem sabe que a vida é passageira e, por isso mesmo, bela.
Para os olhos artistas de Leonard Koren wabi sabi é inseparável da sabedoria budista que ensina:

Todas as coisas são impermanentes
Todas as coisas são imperfeitas
Todas as coisas são incompletas


Daí olhar para elas de um modo wabi sabi é ver:
A beleza que existe naquilo que tem as marcas do tempo (a velha cadeira de balanço com sua pintura já gasta tomando o solzinho que entra pela janela é wabi sabi)
A beleza do que é humilde e simples (em vez de sofisticado e cheio de ornamentos inúteis)
A beleza de tudo que não é convencional (quer algo mais wabi sabi do que servir à luz de velas e em toalhas de renda um simples hamburguer?)
A beleza dos materiais que ainda guardam em si a natureza (wabi sabi é definitivamente papel, algodão, velhos e nobres tecidos, nada de plástico)
A beleza da mudança das estações (que tal experimentar descobrir os primeiros verdes fresquinhos e brilhantes que anunciam a primavera?)

A Arte da Imperfeição é ver a vida com a tranquilidade de quem sabe que a busca da perfeição exaure nossas forças e corrói nossas pequenas alegrias. Porque, como disse Thomas Moore, “a perfeição pertence a um mundo imaginário”. No nosso mundo de verdade, aqui e agora, que tal abrir os olhos para o estilo wabi sabi?
Adília Belotti

Hoje... procuro...



Hoje...não sobrevivo sem....












Me...




Eu...Hoje