domingo, junho 26, 2005

O gosto solitário do orvalho




As folhas da bananeira são suficientemente amplas para ocultarem uma paixão. Quando expostas às intempéries recordam-me ora a cauda ferida de uma fénix ora um leque verde rasgado pelo vento. A bananeira floresce. Todavia as suas flores nada têm de atraente. O mesmo acontece com o tronco enorme. Talvez por isso a bananeira acabou por conquistar o meu coração. Sento-me debaixo dela enquanto o vento e a chuva a fustigam.
1ª Lição
Bashô

4 comentários:

Anónimo disse...

Não sei que diga...Só me vem à ideia uma casa, um quintal, algures a 8.82ºS 13.24ºE uns trinta e quatro anos atrás...está lá tudo: a chuva, o vento, as bananeiras...a paixão (a primeira mas não com nome de árvore:-) ...e não consigo dizer mais. Já li o texto dezenas de vezes e agora esta imagem não me sai da cabeça...

Anónimo disse...

Ah, esqueci-me...obrigado pelo link...:-) Não está a funcionar; acho que tem um </a> a mais no código HTML...:-)

Haiku disse...

"...são páginas nas quais Bashô se revela permanentemente apaixonado e confere à poesia (em poemas tão breves como haiku)uma dimensão cósmica sem paralelo até hoje.Viajante da eternidade escreve num dos diários:"Estou só e escrevo para minha alegria"... Eu vou procurando através deste blog provocar algumas...E eu hoje tive mais uma :))

Haiku disse...

Ah esqueci-me... o link... no meu computador ... Funciona! É já por lá que me vou refrescando no (termo)ventilador...:))